O custo da "democracia real" brasileira

Artigo publicado na "Folha do Sudoeste" e encontrado em forum monarquista do yahoo. Uma leitura que vale a pena pelas excelentes informações coletadas.

O custo da "democracia real" brasileira

Itamar Cordeiro

Eu ainda sonho - embora esteja convicto de que não passará de utopia - com a volta da monarquia ao regime político no Brasil. Não é megalomania, muito menos hipocrisia; pelo contrário, é lucidez mesmo. É clarividência de quem, embora não seja um ancião, já tenha vivido o bastante para ver e avaliar que o sistema presidencialista, que a democracia, até que me prove em contrário, é apenas engodo; é na verdade, autoritarismo, é farra no poder.
Não. Não estou sendo leviano tampouco extremista, pessimista, muito menos, partidarista - nem filiado a partido político eu sou; meu partido é a moral, a ética, a coerência, o trabalho honesto e árduo, porém, dignificante - mas, fazendo alguns estudos, pesquisas e sobretudo algumas análises para auxiliar a um amigo acadêmico de direito, com um trabalho universitário (aliás, sou bacharel em direito, vê se pode?) me deparei com dados que me deixaram senão intrigado, impotente diante do sistema da "autoritariocracia" que o belo e constitucional sistema político brasileiro (no papel) nos impõe a todos nós, meros súditos - na concepção real do termo -, vassalos de um governo (me refiro aos seus três poderes) que esbanja e faz jus ao verso sábio do nosso majestoso Hino Nacional quando diz: "...deitado em berço esplêndido..."; neste caso, "deitados", por que são tantos...

Com minha singela análise, cheguei à drástica conclusão de que é mais barato manter a família real britânica do que nosso presidente operário. Ele, que recentemente, quando da reunião, em Londres, do G-20 (as 20 maiores potências do mundo - e nós, ironicamente, no meio deles... só se for "maior" em extensão territorial, porque em desenvolvimento e avanço cultural...), bem, o nosso modesto presidente, enquanto Barack Obama, atualmente Nobel da Paz, optou por hospedagem em "solo pátrio", neste caso, a embaixada norte-americana, o presidente brasileiro julgou indignas as acomodações da nossa embaixada instalada em um castelo histórico de construção do século XVIII, onde até a rainha Mary costumava se hospedar, junto com sua família, escolhendo um hotel de luxo com diárias de 7,5 mil euros, equivalentes a R$ 20 mil - enquanto isto, prefeitos brasileiros estão com pires nas mãos "mendigando" míseros repasses de FPM para conseguir gerir suas administrações. Eu preferiria ter que manter a realeza britânica do que a "aristocracia tupiniquim" da "família irreal" brasileira.

Diante desse fato, me interessei por uma pesquisa um pouco mais direcionada e específica - nada muito complicado, como cruzar dados e números no site "Transparência Brasil" com outros de estatísticas do próprio Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e algumas outras fontes particulares... espantoso, o resultado - ou, os resultados obtidos!

As despesas com o gabinete da presidência da República, desde 1995 - primeiro governo FHC - que eram de cerca de R$ 38,4 milhões, pularam para (pasmem) R$ 372,8 milhões em 2004, quando do "primeiro reinado" do atual governo. Nem precisa ser economista ou versado em exatas para concluir que o custo diário da "corte" do "humilde operário apedeuta" chega a R$ 1,5 milhão. Sem contar que, se voltar um pouco atrás, quando do governo do "homem do topete", o número de funcionários regulares do Palácio do Planalto era de 1,8 mil, caindo para 1,1 mil na era FHC e saltando para 3,3 mil desde o início da "dinastia lulista". Sem contar que no Palácio da Alvorada - residência oficial (uma delas) do presidente da República, a informação é de que atualmente são em torno de 75 servidores permanentes - e somente para assistir (na real concepção do vocábulo) o presidente, o número de assessores especiais diretos vai de 27 a 55 pessoas... Como diria meu colega Boris Casoy: "Isto é uma vergonha!"

Diante de "peculiar situação", cruzei um pouco mais de informações chegando à vertiginosa constatação de que o custo de manutenção das chefias de Estado das maiores potências do mundo, como os Estados Unidos da América, que são regime de república, não ultrapassa a US$ 4,6 per capita (o equivalente a US$ 1.100 bilhão); na mais tradicional monarquia do planeta, os ingleses gastam com o governo britânico US$ 1,87 per capita (US$ 104 milhões)... Enquanto isto, na "República Sindical Brasileira", o custo do "império aristocrata" é de US$ 12 per capta, o equivalente a uma fortuna de US$ 1.700 bilhão!!!... É, manter a família real britânica é muito mais em conta.

Itamar Cordeiro é jornalista, cerimonialista e colunista político da FOLHA DO SUDOESTE

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