Abolição em oito tempos
Oito especialistas refletem sobre as origens, o processo e os efeitos do fim da escravidão no Brasil
O texto é curto e direto: “Fica abolida a escravidão no Brasil. Revogam-se as disposições em contrário”. Onze palavras que mudariam o nosso futuro. Com o fim do cativeiro, o país entraria em uma nova fase, próspera e igualitária. Festa, júbilo, comoção coletiva nas ruas.
Cento e vinte anos depois, a promessa sugerida naquele belo pedaço de papel soa envelhecida como o próprio. Em que ponto do caminho as coisas deram errado?
Provavelmente, antes mesmo daquele 13 de maio de 1888. Para voltar no tempo e tentar entender o modo como a Abolição foi concebida e se desdobrou, convidamos oito estudiosos a refletir sobre diferentes aspectos daquele momento histórico.
O resultado revela o “jeitinho brasileiro” de acabar com a escravidão. Do ponto de vista religioso, nos separamos do destino norte-americano. Na esfera política, a autoria do feito foi disputada por republicanos e monarquistas. A princesa Isabel virou santa, a reforma agrária foi engavetada e o papel dos próprios negros, ignorado. Para completar, um vôo até a África de hoje, onde a escravidão persiste.
A Abolição ganha contornos reais.
Textos que você encontrará nesta matéria especial:
O papel das religiões - José Murilo de Carvalho
Sensibilidade inglesa - Manolo Florentino
Cor que faz a diferença - Wlamyra R. de Albuquerque
Liberdade é terra - Maria Alice Rezende de Carvalho
Abolição como dádiva - Lilia Schwarcz
Monarquia redentora - Robert Daibert Jr.
Contra a corrente, a cultura negra floresce - Nei Lopes
A abolição que não veio - Alain Pascal Kaly
Leia os textos completos na edição do mês, nas bancas
Revista de História da Biblioteca Nacional.
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