14/11: 1921 - A Redentora morre aos 75 anos
O telegrama enviado de Paris pelo conde D'Eu à baronesa de Loreto, no Rio, informava que a princesa Isabel morrera aos 75 anos, com fraqueza cardíaca agravada por congestão pulmonar. A herdeira do imperador dom Pedro II ficou conhecida como a "redentora", por ter assinado a Lei Áurea, que pôs fim a três séculos de escravidão no Brasil. A princesa sabia que, ao sancionar a lei corria o risco de perder o trono, já que os republicanos planejavam um golpe apoiados pelos escravocratas. Entretanto a monarca não se intimidou, e inclusive compareceu a todas as festas pela libertação dos escravos realizadas pelo povo. As comemorações duraram 15 dias. O centro do Rio foi enfeitado com flores e a população saiu às ruas para festejar.
Por ter acabado com a escravidão no Brasil , que vitimou 12 milhões de africanos, o papa João XIII ofereceu à princesa a comenda da Rosa de Ouro.
Em 1889, Isabel partiu, com a família real, para o exílio em Paris, onde montou uma embaixada informal. Entre os brasileiros que passaram por lá e receberam o apoio de Isabel estava o jovem Santos Dumont.
A princesa foi a primeira chefe de Estado das Américas, tendo sido uma das nove mulheres a governar uma nação durante todo o século 19.
A monarca substituiu o pai, o imperador dom Pedro II nas três vezes em que ele se ausentou por motivo de viagem. A primeira de 1871 a 1872, a segunda, de 1876 a 1877, e a última de 1877 a 1888. A princesa foi também a primeira senadora do Brasil, cargo a que tinha direito como herdeira do trono a partir dos 25 anos de idade, segundo a Constituição do Império, de 1824. Defendia a reforma agrária e o voto feminino. Antes da Lei Áurea, Isabel sancionou as leis do primeiro recenseamento do império, naturalização de estrangeiros e relações comerciais com países vizinhos.
A princesa e a abolição dos escravos
O nome de Isabel esteve ligado à abolição muito antes da assinatura da Lei Áurea. A princesa financiava a alforria de escravos com seu próprio dinheiro e apoiava a comunidade do Quilombo do Leblon, que cultivava camélias brancas, símbolo do abolicionismo. Documentos descobertos recentemente revelaram que a princesa estudou indenizar os ex-escravos com recursos do Banco Mauá.
Em 28 de setembro de 1871, foi também ela quem sancionou a Lei do Ventre Livre, que estabelecia que todos os filhos de escravos, que nascessem a partir da assinatura da lei estariam livres.
Comentários