O Brasil chora entre duas datas: 2 e 4 de Dezembro de 1891
Quem acompanha os jornais do fim da Monarquia, especialmente o jornal católico "O Apóstolo" nota claramente a tristeza do povo, por ocasião do aniversário de Dom Pedro II no dia 2 de dezembro e sua morte dois dias depois no dia 4.
Não vamos transcrever todas as notícias, deixamos abaixo os arquivos que poderão ser conferidos. Auxiliou-nos muito na pesquisa a Hemeroteca Nacional que preservou e mantem online a disposição de qualquer pessoa, os jornais antigos.
Queria nossa Princesa Isabel um enterro singelo. Porém cedeu aos pedidos do Governo Francês que insistiu que nosso Imperador tivesse honras militares de Chefe de Estado. Enquanto o Brasil chorava, a França prestava as últimas homenagens a Dom Pedro II.
Abaixo publicamos as páginas do jornal O Apóstolo, onde o leitor poderá ter uma visão mais completa deste momento marcante para a história do Brasil, hoje, tão esquecido!
"Nesta semana, noticia O Apóstolo do dia 6 de dezembro de 1891, caiu o aniversário natalício de D. Pedro II que, não sendo lembrado pelo governo, que é essencialmente republicano, foi pelo povo que chora a monarquia que tivemos, e havendo missas em ação de graças pela saúde daquele que no exílio amava a pátria e a honrava com excesso, todos os templos estavam repletos de amigos particulares e políticos que o estremeciam, porque representava o princípio monárquico.Após relembrar que com certo deboche os benefícios da República, o editor assim continua:
"Só ao governo não agradou esta recordação, por julgar que o povo queria no dia 2 restaurar a monarquia!"
"Enfim, está tudo desorganizado, anarquisado, revolucionado e não há homem que possa concertar ou dirigir a marcha deste infeliz Brasil, tão digno de melhor sorte.As notícias da época nos informam o mal uso do dinheiro público pelos militares que assumiram o governo republicano. O próprio Deodoro mandou que se fixasse uma placa na casa onde morava comemorativa do dia que de lá saiu para na Praça Dom Pedro II (hoje Praça 15) bradar "Viva o Imperador" e assim proclamar a República... Os desmandos eram muitos, por isso o povo lamentava e chorava.
"Estamos em verdadeiro caos, em escuro labirinto, donde é impossível sair-se, sob qualquer ponto de administração.
"No começo dizia-se que era por que estávamos em princípios, e era preciso que se reparasse os erros da monarquia, pouco depois, repetia-se que era porque os monarquistas governavam, mas agora que temos voltado à legalidade, a quem se deve atribuir tal desorganização?"
Não vamos transcrever todas as notícias, deixamos abaixo os arquivos que poderão ser conferidos. Auxiliou-nos muito na pesquisa a Hemeroteca Nacional que preservou e mantem online a disposição de qualquer pessoa, os jornais antigos.
"Assim que se espalhou a notícia do falecimento do Sr. D. Pedro, as imediações das ruas Pasquier e de l´Arcade, para onde tem frente o Hotel Bedford, encheram-se de povo, que ainda não se havia recolhido e que mostrava o maior sentimento pela morte de um homem que é tão conhecido e respeitado aqui." Informaram os telegramas publicados pelo Jornal do Comercio e republicados pelo O Apóstolo de 11 de dezembro.Enquanto as notícias eram divulgadas pela imprensa no Brasil, o povo passava a manifestar seu luto pela morte de Dom Pedro II. Uma das formas era hastear a bandeira brasileira a meio pau. O governo militar, vendo nisso uma ameaça, obrigou a retirada das bandeiras, não deixando ao povo brasileiro senão manifestar sua dor nas orações privadas e nas igrejas. Prova de fraqueza e de infâmia.
Queria nossa Princesa Isabel um enterro singelo. Porém cedeu aos pedidos do Governo Francês que insistiu que nosso Imperador tivesse honras militares de Chefe de Estado. Enquanto o Brasil chorava, a França prestava as últimas homenagens a Dom Pedro II.
Abaixo publicamos as páginas do jornal O Apóstolo, onde o leitor poderá ter uma visão mais completa deste momento marcante para a história do Brasil, hoje, tão esquecido!
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