Príncipes Imperiais em Brasília


Casa Imperial como destaque em Brasília
28/03/2008 - 16h20
Protocolo põe Casa Imperial como destaque em Brasília


Brasília, 28 mar (Lusa) - O congresso brasileiro foi palco esta semana de uma cerimônia inusitada - pela qual ninguém se responsabiliza - durante a abertura do Seminário Legislativo de Portos, em homenagem aos 200 anos da abertura dos portos do Brasil.


A cerimônia no Senado Federal teve como fato extraordinário a colocação de um membro da Casa Imperial brasileira em lugar de destaque, só que a lei que trata do protocolo do Estado brasileiro não reconhece a Casa Imperial como instituição. Os membros da família real são tratados como pessoas físicas e não são citados no protocolo que estabelece a precedência das autoridades.


No evento, parlamentares e ministros receberam uma comenda das mãos do príncipe imperial do Brasil, Dom Bertrand de Orléans e Bragança. A mesa oficial do seminário também contou com a participação do chefe da Casa Imperial do Brasil, Dom Luís Gastão de Orléans e Bragança.


A comenda Grã-Cruz da Ordem do Mérito do Descobridor Pedro Álvares de Cabral foi concedida pela Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística, fundada há 49 anos e registrada como entidade de utilidade pública, com o reconhecimento do governo do estado de São Paulo.


Entre os agraciados estavam o presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia, o presidente do Senado, Garibaldi Alves, o deputado Edinho Bez (PMDB) e o ministro da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito.
O serviço de protocolo do Senado disse à Agência Lusa que, apesar de ter ocorrido na dependência da instituição, o evento foi organizado pela Câmara dos Deputados.


A Câmara dos Deputados diz que o seminário foi organizado pelo gabinete do deputado Edinho Bez e que o cerimonial da Casa não participou do evento.


O site da Câmara diz, no entanto, que o seminário foi promovido pela instituição, pelo Senado e pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit).


O Itamaraty e o Palácio do Planalto não se pronunciam sobre eventos promovidos pelo poder legislativo.


"A afinidade dos príncipes com a República é quase nenhuma, mas aqui no Brasil convivemos pacificamente - os republicanos e os monárquicos", afirmou à Lusa Galdino Cocchiaro, presidente da Sociedade Brasileira de Heráldica e Humanística e grão-mestre do Sodalício Heráldico.


Na abertura do seminário, o embaixador de Portugal no Brasil, Francisco Seixas da Costa, foi representado pelo conselheiro cultural da embaixada portuguesa e diretor do Instituto Camões no Brasil, o pianista Adriano Jordão.


 

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